quarta-feira, 21 de novembro de 2012

POSTURA CONSERVADORA



Conservadorismo é em suma, um pensamento contrário às mudanças rápidas e inovações, como no caso das revoluções que modificam o cenário político e social de uma maneira abrupta trazendo conseqüências caóticas, é um pensamento que se esforça em manter o equilíbrio e a ordem já constituída, evitando extremismos e mantendo os valores tradicionais já consagrados pela história.  
A idéia conservadora surgiu como uma reação ao iluminismo, os conservadores colocaram a fé sobre a razão, a tradição sobre a inquirição, a hierarquia sobre a igualdade, o coletivismo sobre o individualismo, a lei natural e divina sobre a lei secular, defendendo assim uma postura contrária a proposta pelos iluministas.
O conservadorismo recebeu sua formula clássica de Edmund Burke (1729-1797), um estadista britânico que defendeu muitas causas dos direitos dos homens, colocando o tema em evidência nos seus discursos eloqüentes.  Natural de Dublin estudou direito em Londres e se tornou político e literário. Em suas obras literárias trazia argumentos que encorajavam os governantes europeus a serem hostis a revolução francesa. Burke via a sociedade com um todo orgânico onde cada indivíduo representava um papel e uma função, de acordo com o seu nascimento, posses e educação, onde supostamente o mais preparado deve assumir a liderança mantendo a comunidade coesa por costumes e tradições. Toda mudança que por ventura possa existir, deve ser realizada de forma gradual, mas só quando ganharem uma larga aceitação de todos.
Ele também rejeitou os princípios de igualdade, de representação popular, soberania popular, lei da maioria. Defendeu a ordem, o equilíbrio e a cooperação na sociedade respeitando acima de tudo a lei natural e divina.
Em seu ponto de vista deve haver um rígido controle as ações do governo de forma a evitar o mau-funcionamento e os atritos entre os vários grupos sociais e para moderar as discussões e competição. Era particularmente interessado em evitar as grandes diferenças sociais, ou seja, a riqueza extrema em contrapartida com a miséria.
Pode-se dizer que o pensamento conservador é realista e relativista, é realista por basear-se na observação e na experiência, e relativista porque compreende que não existe um modelo universal e infalível de governo, contrapondo-se ao idealismo e utopismo dos seus adversários progressistas ou reacionários. Para os progressistas toda a mudança na sociedade deve ser levada a cabo o mais rápido possível, mesmo que isso traga atritos entre as diferentes classes e possa gerar até conflito, em todo mundo podemos observar que a experiência revolucionária sempre vem acompanhada de conflitos. Já em contrapartida o pensamento reacionário está na outra extremidade, pois evita de todas as formas qualquer mudança proposta. O pensamento conservador não defende que as mudanças não podem acontecer, elas acontecem, mas no devido curso do tempo, de forma gradual e natural, sem trazer conflitos entre as diferentes classes, mas com muita prudência, pois deve-se rejeitar as propostas que vão diretamente contra a ordem constituída e os valores cultivados pela humanidade no decorrer da historia. O conservador encara esses valores e tradições não como um repositório estático e inalterável de verdades definidas, mas como um resumo histórico de valores que foram permanecendo através das mudanças e cultivados pelo ser humano no decorrer das eras. Para o conservador, a religião, a pátria, a família, a propriedade, são valores a defender e manter.
Vivemos hoje em uma sociedade que se desvia totalmente dos reais valores humanos, estamos vivendo tempos onde se busca de forma desenfreada os prazeres e as riquezas acima de qualquer coisa. Para adquirir satisfação e sucesso é normal deixar de lado a honra, a honestidade, e o compromisso com a verdade. Nessa sociedade inescrupulosa e individualista, as instituições como a família, a pátria e a religião, são um entrave para o sucesso, um verdadeiro estorvo no caminho do gozo dos prazeres egoístas, pois defendem o coletivismo, o bem da maioria, os verdadeiros valores que estão baseados na verdade e na honra, na justiça e na dignidade. Baseado nesses pontos adotamos uma postura conservadora, porque acreditamos nos valores humanos e defendemos as instituições. 
Defender uma postura conservadora faz parte do ideário dos Carecas do Subúrbio, e cultivar essa postura no seu dia a dia é uma obrigação, portanto devemos estar sempre atentos em nossas atitudes para sermos coerente com o que acreditamos e defendemos. Se dizer conservador e sair por ai enchendo a cara ou levando uma vida promiscua ou desonrando a própria família e até se envolvendo com pessoas que ajam dessa forma, deve ser evitado e em nosso meio de forma alguma aceito, caso contrário estaremos sendo incoerentes com nosso propósito.
Ter um espírito conservador é uma postura acima de tudo coletivista, pois defende a manutenção das instituições constituídas, pátria, família, sociedade, em prol do bem comum e do progresso organizado. Tenho observado que nos últimos tempos tem surgido uma leva de skinheads no Brasil que adotam uma postura baseada nos movimentos skinheads europeus, acredito que isso está acontecendo devido a facilidade que se tem hoje em obter informações das coisas de fora. Muitos estão adotando posturas baseadas no que se chama de espírito de 69, outras tendências como SHARP, WP, RASH, TRAD, também é encontrada hoje no Brasil, porém nenhuma dessas posturas podem ser relacionadas ao nacionalismo conservador dos Carecas do Subúrbio. 
Os Carecas surgiram nos anos 80 dos movimentos punks de São Paulo, podemos dizer que foi uma evolução dos movimentos que eram constituídos por jovens inconformados com o sistema social opressor de sua classe, pois era constituído por membros da classe operária suburbana, e eram acostumados a vida dura e a injustiça social, e que de alguma forma queriam protestar contra essa situação, encontraram então dentro do cenário underground bandas e musicas que expressavam esse sentimento.
Foi nesse cenário que surgiram os primeiros skinheads brasileiros, os Carecas do Subúrbio, que desenvolveram sua própria cultura, seus próprios princípios, baseados em nossa realidade proletária e suburbana, e nunca se deixaram influenciar pelas tendências modistas dos movimentos estrangeiros. Nos dias de hoje, após 33 anos de história, temos que pensar em evoluir, em estruturar nossa vida baseada nesses princípios, em adotar a postura dos Carecas do Subúrbio como uma disciplina em nossa vida, e não como um fetiche. Quem quer assumir essa postura, deve ter em seu espírito esses princípios incorporados, os princípios do nacionalismo, do conservadorismo, da honra e das virtudes dos valores tradicionais brasileiros. Defendendo assim nossos princípios através do cultivo de um caráter irrepreensível, e combatendo os inimigos dos nossos valores de forma efetiva, com maturidade e inteligência.