sábado, 23 de maio de 2015

CONEXÃO REPÓRTER

REBELDES URBANOS
No dia 17 de maio de 2015 foi ao ar uma reportagem do Conexão Repórter sobre Rebeldes Urbanos, mostrando a rivalidade existente entre movimentos underground em São Paulo.
Os carecas do subúrbio aceitaram participar do programa e mostrar sua posição dentro desta cena urbana. No desenrolar da entrevista foram mostradas algumas atividades de membros do movimento, mas o tema central era a violência e suas razões. Dentro desse contexto um representante do movimento esteve presente nos estúdios do SBT e foi confrontado por diversas acusações de membros do movimento anarcopunk.





Várias acusações foram feitas aos carecas do subúrbio e no decorrer dos dias o assunto causou muita polemica pela internet. Varias notas de repudio, acusações e ameaças foram feitas por anarcopunks e antifas. Os carecas do subúrbio foram chamados de assassinos e perseguidores de jovens inocentes participantes de grupos que lutam pela liberdade, e que seriam neonazistas protegidos da policia, de partidos de direita e agora até a mídia está encobertando seus crimes mostrando que toda essa situação seria apenas rivalidade de grupos com ideologias antagônicas, mas que na verdade trata-se de um caso sério de intolerância.

Reiterando o que foi dito no programa, realmente houve várias vítimas desses confrontos nessas 3 décadas, a violência não foi negada, mas pelo saldo de vitimas e dos crimes cometidos está claro que se trata de rivalidade de grupos e não de perseguição, formação de quadrilha ou extermínio de minorias como diz o discurso vitimísta e infantil dos grupos punks que ataca os carecas do subúrbio com acusações sem provas.



O QUE ACONTECE NA REAL
Jovens desorientados e irresponsáveis pregam a inversão dos valores da sociedade e suas instituições combatendo todos que não concordam com sua maneira de viver como sendo fascistas e intolerantes. Lutam contra a polícia, os políticos, o estado, a religião classificando todos como inimigos da liberdade.
Sem respeito com ninguém que tenha pensamento diferente do seu promovem a baderna e a desordem em manifestações, cometem vários tipos de delitos, inventam mentiras e distorcem a realidade para justificar sua postura.

Esse tipo de comportamento tem gerado diversas rivalidades desde os anos 80 e agora querem pagar de santo acusando os carecas de serem intolerantes. Os carecas do subúrbio defendem suas idéias e estão preparados para o combate ideológico e não fogem de briga se fazendo de vítimas e acusando outros sem provas. 
DIARIO POPULAR 1995




PUBLICAÇÃO DOS CARECAS 1996
A origem do Dezembro Oi! está em Santos - SP, onde, desde 1984, o camarada Genivaldo promovia o “Dezembro Negro: encontro pela união e conscientização do movimento”. Na época, muitos acreditavam ser possível uma verdadeira união entre punks do Brasil, coisa que com o passar do tempo foi ficando cada vez mais difícil.
Estes encontros em Santos foram muito importantes para a carecada que se tornou respeitada pelas outras gangues, até o ponto em que o movimento punk ficou pequeno para os Carecas, que resolveram construir o seu próprio movimento desde o alicerce, contando com adesão de muitos punks desiludidos com suas ex-gangues que acabavam se auto-destruindo.
A parti de 1988, o Dezembro Negro foi transferido para a capital, com os Carecas assumindo a organização. Neste ano os Carecas já contavam com 500 participantes só em São Paulo e começaram a se espalhar pelo interior e outros estados. Durante os próximos anos ainda foram convidadas algumas bandas punks camaradas, porem em 1993, passa a denominar-se Dezembro Oi! e contar exclusivamente com bandas Carecas, no encontro histórico no Clube Boturussu, em Ermelino.
Finalmente chegamos ao Dezembro Oi! de 1994, o melhor de todos até hoje. Realizado em Diadema, contando com seis afinadíssimas bandas Oi! e autenticamente proletárias, mostrando toda energia do mais perseguido e alternativo movimento do século XX.
Foi também, infelizmente, o ultimo Dezembro que contou com a presença de nosso inesquecível camarada Marcelo Torres (Babuzinho), mas tenho certeza que onde ele estiver, estará torcendo para que o nosso movimento seja cada vez mais forte e unido.

Matéria originalmente publicada no fanzine “Protesto Suburbano n°35” (setembro/outubro- 1996).